31 de mar. de 2010

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Líder islâmico assume atentados de Moscou e promete mais ataques

Em um vídeo publicado na internet, o chefe do movimento islâmico separatista Emirado do Cáucaso, Doku Umarov, reivindicou o duplo atentado suicida que deixou 39 mortos na segunda-feira (29) no metrô de Moscou.

A informação foi divulgada nesta quarta-feira (31) pelo Centro Americano de Vigilância de Páginas Islâmicas (SITE) na Internet, apontando o site http://www.kavkazcenter.com, ligado aos radicais, que publicou um texto e um link para o vídeo, no Youtube.

Mais cedo, um porta-voz do Emirado do Cáucaso, um grupo separatista que atua na região de maioria islâmica no sul da Rússia, negou ser o responsável pelo atentado.

- Não realizamos o ataque em Moscou e não sabemos quem o fez, disse o porta-voz Shemsettin Batukaev.

No vídeo, Umarov – identificado por seu nome arabizado, Dokka Abu Usman – disse que a morte de civis é uma reposta a assassinatos de inocentes no Cáucaso do Norte, que ele atribui ao Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, antiga KGB).

Sem menção ao ataque duplo que matou 12 pessoas nesta quarta-feira no Daguestão, vizinho à Tchetchênia, Umarov disse que os ataques vão continuar.

O governo russo já havia apontado como principais suspeitos dos atentados os extremistas islâmicos da conturbada região do Cáucaso do Norte, onde o a Rússia combate movimentos separatistas há quase duas décadas. Na região está localizada a Tchetchênia, palco de duas fracassadas guerras de independência na década de 90.

A dura repressão à guerrilha remanescente nos últimos dez anos fez com que muitos combatentes se refugiassem nas repúblicas vizinhas, alimentando sentimentos separatistas e células extremistas que desestabilizaram grande parte da região, com uma série de pequenos atentados na Ingushétia, Daguestão e Ossétia do Norte.
Os ataques em Moscou mostraram a capacidade dos terroristas de voltarem a atingir o coração do poder russo, após quase seis anos de ataques concentrados mais no próprio Cáucaso.


Em reação aos novos ataques, o governo já deu sinais de que pode tentar enfrentar de forma ainda mais dura os terroristas. Nesta terça-feira, o presidente Dmitri Medvedev defendeu mudanças nas leis, para prevenir atentados, incluindo melhorarias na aplicação dos artigos do código penal relativos ao terrorismo. Um senador pediu que fosse retomada a pena de morte no país.

A atual lei antiterrorista, aprovada após o ataque a uma escola na Ossétia do Norte em 2004, já prevê penas duras e julgamentos sumários. O ataque à escola da cidade de Beslan também motivou o fim da eleição direta para os governantes das repúblicas russas, aumentando o controle de Moscou sobre as regiões.

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