
Se ONU criou Israel, deve criar Estado palestino, afirma Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (31) que se a ONU (Organização das Nações Unidas) teve "a força" necessária para criar o Estado de Israel, deve tê-la também para aceitar a criação de um Estado palestino.
- O mundo não pode aceitar a supremacia de um Estado sobre outro, declarou Lula durante o ato de despedida dos dez ministros que deixam o governo para disputar as eleições de outubro.
O Estado de Israel foi criado em 1948 após uma votação da Assembleia Geral da ONU. A mesma votação determinou a criação de um Estado palestino árabe, o que foi rejeitado pelos países muçulmanos vizinhos, que consideravam os judeus invasores da região e apoiaram a resistência local.
Lula, que tenta nos últimos meses se apresentar como um mediador para o Oriente Médio, sustentou que persiste a ideia que "só os Estados Unidos ou a Europa podem conseguir a paz" na região, mas apontou que "não o fizeram" e, por isso, decidiu oferecer a ajuda do Brasil.
Segundo o presidente, é preciso reunir todos os atores do conflito na mesa de negociações e inclusive conversar com cada um deles, entre os quais citou o movimento islâmico palestino radical Hamas, que tomou à força o controle da faixa de Gaza em 2007.
O presidente deu como exemplo de política conciliadora sua capacidade de dialogar com personalidades tão distantes, como os presidentes dos EUA, Barack Obama, e da Venezuela, Hugo Chávez.
- Eu abraço Obama e abraço Chávez, porque um chefe de Estado se relaciona com outros chefes de Estado, embora muitos pensem que deva ser diferente, afirmou.
Lula também reiterou sua posição em favor de uma ampla reforma das Nações Unidas ao argumentar que a organização "deve representar o mundo do século 21 e não o da década de 40".
Segundo Lula, deve haver "mais países com poder de decisão" e a ONU não pode se render "à supremacia dos que têm dinheiro" ou "dos que acham que são donos das decisões".
O Brasil postula uma vaga permanente no Conselho de Segurança, o principal órgão de decisão da ONU. Atualmente, cinco países possuem cadeiras fixas no conselho, todos potências atômicas com poder de veto sobre qualquer decisão que envolva ações militares e sanções econômicas relacionadas a questões de segurança: EUA, China, Rússia, Reino Unido e França. Outras dez vagas são temporárias, uma das quais é ocupada pelo Brasil desde o ano passado.
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